segunda-feira, 27 de junho de 2011

são poucos os

artistas que conseguem se reerguer após enfrentar anos de decadência. Dinho é um deles. Quando voltou ao Brasil, no começo de 1993, ele saiu do Capital e parou de trabalhar. Foi aí que tudo começou a mudar, inclusive a aparência. Dinho queria ficar mais feio. “No começo de carreira eu ganhei o título de símbolo sexual. Achava ótimo ter um monte de meninas se jogando em cima de mim. Mas, depois, quando percebi que ser bonito não era o mais importante, comecei a sentir raiva de mim mesmo”, conta o cantor.
Eram noites passadas em claro, excesso de bebidas e drogas e quando o dia amanhecia voltava para casa e dormia o dia inteiro. Nessa época Dinho tornou-se irreconhecível, tinha dread locks no cabelo, era clubber e diariamente estava bêbado, seu apartamento sempre estava cheio às vezes até de pessoas desconhecidas. Em alguma dessas festas que aconteciam em seu apartamento, alguém acabou levando certa quantia considerável de seu dinheiro cerca de US$20.000 deixando-o quebrado. 
A história podia ter terminado de maneira trágica. Mas em 1994, na festa do Video Music Brasil da MTV, ele conheceu Maria, uma arquiteta italiana que estava visitando o país. Dinho se apaixonou de cara. Durante 10 dias não se desgrudaram, mas logo depois Maria teve que voltar para a Itália. Dinho diz que sofreu muito, pois ela estava de casamento marcado, e que lhe enviou milhares de fax pedindo para que voltasse. Conta também que não tinha medo de parecer ridículo.
Para sua felicidade depois de seis meses Maria rompeu seu noivado e voltou para o Brasil. Logo se casaram e Dinho mudou o rumo de sua vida, parou de se drogar o dia inteiro, “ela me ajudou a inventar novos objetivos para a minha vida”, confessa o cantor. Ele voltou a trabalhar com sua música e pouco tempo depois lançou um disco solo, mas seu desempenho não decolou. Em 1995, decidiu compor trilhas para comerciais e odiou a experiência. Em 1997, nasceu Giulia, a primeira filha de Dinho. A tensão durou até março de 1998 quando Dinho e os ex-companheiros decidiram se encontrar para marcar uma série de shows em comemoração aos 15 anos de nascimento do Capital Inicial. Eles superaram o mal-estar inicial e conversaram como adultos, entre uma apresentação e outra selaram a paz e em novembro daquele ano lançaram o CD Atrás dos Olhos, dedicado à sua filha Giulia. Em 1998, o Capital Inicial voltou à formação original, com Dinho nos vocais. No ano de 1999 nasceu sua segunda filha Isabel.
Com o álbum acústico de 2000 o Capital Inicial consagrou-se de vez como uma das melhores bandas de rock no Brasil, de lá para cá não pararam mais, já foram lançados mais dois discos que também tiveram sucesso total.
Hoje a agenda do vocalista é pra lá de apertada, com turnê atrás de turnê. Mas Dinho não quer parar por aí, pretende também seguir carreira de escritor. Ele está escrevendo um livro chamado “A turma da colina”, que fala sobre a formação das bandas de rock de Brasília nos anos 80.

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